Se me queres para ti,
Algo terás que (me) dar.
Se (me) ofertares teu coração,
Prometerei não decepcionar-te.
Mas se acaso (me) negares,
Partirei para nunca mais voltar.
Pois tu fostes para mim,
O que é o sol para esta terra.
Ao mesmo tempo que a aquece,
Também a fere com seus raios.
"Mas como o sol não é eterno
pois sei que um dia ele se apagará
e levará consigo os seus raios..."
Enquanto não se torna realidade essa profecia,
Já terei vivido a minha vida.
E esta dor que agora me castiga,
Em mim se perpetuará.
A profecia
quinta-feira, 30 de setembro de 2010 Postado por Sinho Livre às 13:42 2 COMENTE-ME AQUI
Loucura ou ansiedade?
Na loucura dos homens,
Como se explicam os loucos?
Na garganta, trancados a sete chaves,
Os seus gritos roucos.
Seus pensamentos lúcidos na mente escondidos.
As roupas novas que não vestem
O banho do dia-a-dia que não tomam.
O pranto escondido na insanidade...
Não importando assim cor, nem idade,
São loucos mesmo, de ansiedade.
Postado por Sinho Livre às 13:37 0 COMENTE-ME AQUI
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Homenagem ao velho marinheiro
- Senhores, compreendam-me!
Recuso-me a seguir.
Não pretendo desfazer-me de meu fiel silêncio
Para evocar convosco insonoros gritos.
Quero gozar a vida futilmente,
Requisitando amores em meus delitos.
Após ter vivido minha era de grandes conquistas e grandes glórias,
De ter cruzado todos os oceanos e grandes mares,
Ter desbravado as mais densas e atlânticas matas,
Desafiado os mais inóspitos e áridos desertos,
Ter tido sempre a alma, o rosto e o corpo expostos...
E de tanto ter deixado o coração descoberto...
Sinto que agora trago em mim somente detritos.
Devido a tudo isso, repito:
- Recuso-me a seguir!
Postado por Sinho Livre às 13:34 0 COMENTE-ME AQUI
Esterilidade
No pomar da vida,
Não apanhei a maçã desejada
- Tinha uma metade apodrecida
E outra, acreditem, insípida.
Outras vezes,
Colhi outras várias maçãs do mesmo velho pomar,
E eram essas outras várias, sempre as mesmas.
Exasperado,
Desejei que secasse o velho pomar.
Inopinadamente,
Secou o velho pomar...
Como se ele atento me escutasse
(e por vingança, me privasse de seus frutos podres ... sem nenhum sabor).
Pensei, então, ter-me equivocado.
E ao invés da sequidão do velho pomar,
Um pomar novo e saudável
Tivesse eu desejado.
Postado por Sinho Livre às 13:32 0 COMENTE-ME AQUI
À espera...
Há muito tempo,
E por muito tempo.
Soube aguardar convincentemente
O dia em que mudaria as coisas ao meu redor...
E confiei-me a isto,
Como quem faz promessas à Deus
Com a certeza que irá cumprí-las.
Essa ideia arraigou-se em mim tão fortemente
Que intervenção cirúrgica alguma
Seria capaz de extraí-la de minha tímida mente.
"Mas o tempo é doença que assusta."
Arranca da juventude toda a força bruta,
Debilitando a forma do corpo robusto de outrora.
Passam-se os anos como passam-se as horas
E o tempo, carrasco de nossos sonhos,
Exerceu sobre mim também sua força sem demora,
Golpeando-me impiedosamente com seu cutelo
Meu corpo,
Então logo envelhecido,
Tornou-se árido e infértil,
Fraco e obsoleto.
Devido a tantos traumas na vida adquiridos,
(a vida nos fornece tantos traumas),
Encontra-se hoje comvalecido.
Qualquer cristal de gelo,
Por mais minúsculo que seja,
Tem o poder de congelar-me a alma.
- Quem sabe somente assim a morte eu protelo.
Não desejo viver para sempre,
Pois ninguém seria tolo o bastante
De desejar a eternidade para si somente.
Pois descobri que o amor pelas coisas e pelos homens
Tem lá o seu prazo de validade.
É como tentar manter uma falsa amizade:
Se um dia falta-lhe a oferenda,
Cessa-se a amabilidade.
Descobri, também,
Que Deus e o destino usam sempre das mesmas táticas.
E que o diabo e a solidão
Se apresentam sempre de mãos dadas.
Mas ainda trago comigo essa deslumbrante esperança,
Que sob a óptica divina, aprimora a existência humana.
E surpreende a reis e tiranos,
E devolve toda a beleza do mundo ao estamagado poeta,
Renovando-lhe a velha silhueta.
Mas a esperança apenas não basta
Para (eu) mudar as coisas ao meu redor.
É necessário evocar outras forças,
Aderir à novas teorias,
Reunir uma nova casta
De poetas, de amantes,de aletófilos...
Pois sozinho e sem alegria,
É tão difícil ter de caminhar por dois.
Proponho reestabelecermos velhos pactos,
Reiventar estratagemas e novos metódos persuasivos.
Promover novas revoluções
(que abarquem os desamados).
E, finalmente,
Pleitear com os vossos advogados
Um novissímo contrato.
"Bem,
proposta imposta.
espero repostas,
sozinho não posso ir longe.
Tenho o barco, mas necessito da tripulação.
Tenho a oração, mas necessito do monge".
Ora, pois,
Já não tenho mais disposição para sofrer,
Não consigo mais restaurar-me tão facilmente como antes.
É verdade que continuo não tendo medo que me abatam,
Mas agora tenho medo de ir à luta e não vencer.
Surgiu no meu coração uma imensa fissura,
Sinal de uma provável erosão
Que vem me assoreando o peito há dias.
(Aí está a real causa da minha dor).
É uma dor estranha, esquisita, confusa...
Vem temperada de um leve exaspero,
É um flagelo que o corpo recusa.
Mas quando falta, me desespero.
É difícl acreditar,
Que a dor, como o homem, também envelhece.
Mas, diferente do animal,
Que tem seu tempo de vida pré-determinado
E isso independe de ser bom, de ser mau,
A dor nem sempre desaparece.
E há dor que acompanha um homem por toda uma vida.
Até mesmo diante do poder de todas as preces...
"Ó Deus, remova minhas dores se puderes."
sábado, 25 de setembro de 2010 Postado por Sinho Livre às 23:40 1 COMENTE-ME AQUI
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