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Traduza-me em sua língua e versifique-me em tua boca.Sinho Livre

Repetição

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Eu não consigo imaginar
O que aconteceria então,
Quando um dia
Seus seios repousarem em minhas trêmulas mãos.
E seus mamilos, tão logo contraídos,
Pelo frio toque de minha língua umedecida,
Implorarem, mais uma vez...
Repetição.

Talvez
Mil anjos caídos,
Em sonora aversão aos nossos delitos,
Farão ecoar pelo vasto infinito

Seus sacros divinos cânticos.

BOCA I

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A minha boca traz sempre na garganta
Um grito de doidice pré-moldado,
Que não é constantemente pela língua censurado.
Às vezes fere, às vezes ofende,
Apressando assim a perder a calma santa.

Tenho medo de minha própria língua,
Não me serve a desgraçada.
Mesmo tendo em minha boca sua carcaça enfiada,
Não me acata quando tento silênciá-la.
Um dia de coragem, ainda a deixarei à míngua.

BOCA II

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Existe em cada mundo uma boca Sempre pronta à condenar.
Mas quando tal amarga boca escura,
De quem se arma com a adaga da censura
Proferir-me alguma sentença...
"não deixarei-me jamais desanimar."

Farei que percebam com clareza
O meu desembaraço;
- Que não temo o frio do seu aço.
"Não há metal que me amedronte a carne"
"Não há mortal que me incomodea alma com sua vileza.

BOCA III

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Não reincorporada à força
Ao corpo saqueado,
Este fraqueja ao pensamento desejado.
Deixando cair o homem,
Deixando desfazer-se a farsa.

E a cova funda
Em que permanece a língua agoniada,
Arreganha-se ao ver a dor à alma agregada.
E arreganhada, berra e baila a falsa boca,
Promulgando o seu estertor à moribunda.

Soneto as cartas-sem métrica



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Todos os dias, por anos, aguardava que seu sonho
Fosse-lhe entregue por mãos estranhas.
E asssim desfizessem-lhe as teias das aranhas,
Donde morava seu único demônio.

Um dia, bateram-lhe à porta - Correio!
Correu... arrancou duas cartas da mão alheia
Com os olhos arranhados de areia.
Agradeceu, abriu, leu, que aperreio.

Viver era não tê-las aberto.
Adicionou à vida um novo perfil,
Devolveu seu amor às cartas.

Fez sua autoanálise e concluiu:
- Que envenenem os ratos e pisoteiem as baratas.
Aplicou seu creme antiruga e saiu.

ARREPENDIMENTOS

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Hoje,
Não estou mais em seu coração.
O meu arfar não te sensibiliza mais
E os meus pedidos de perdão não te comovem,
Roubando de minha pobre alma
Toda a minha pouca guardada paz.

E nas noites que me chegam sem parar,
Choro o mais profundo arrependimento;
De quando um dia pude ter-te inteira.
De quando um dia pude abarcá-la à cintura fina
E acender, apenas com um único beijo,
O fogo de tua lareira.

De quando um dia pude fazê-la dançar semi-nua,
Sem que sentisse correr pelo teu ardente dorso
O mesmo vento frio...
Que percorre, na madrugada, as desertas ruas.

De quando um dia pude apreciá-la tão de perto.
De quando um dia pude quase tudo
E hoje é certo...
Não posso quase nada.

Agora espero ansioso por um pressentimento;
- De quando chegar a hora exata,
Te amar com mais ternura,
Com mais abrasamento.
E amar-te com a coragem de quem jamais recua.

E assim torná-la mais querida,
Mais solicitada,
Mais desejada,
E quanto mais puder fazer...
Te fazer...
Mais amada.

Discurso sobre a vida ,o amor,a esperança...

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Não deixe que os homens o(à) intimidem com sua força...
Com suas habéis palavras,
Com seus indiscretos discursos sobre as maravilhas
Do novo mundo,
E toda a fartura que o(à) aguarda.

Não deixe que lhe acovardem
Com seus sarcásmos amorosos
E seus conceitos arrojados sobre a vida.
Nem que o(a) incomodem
Com seus sorrisos mentirosos de políticos viciados,
Que desdenham dos jovens e das prostitutas.

Não deixe que os seus sonhos
Sejam esmagados,
Que sua esperança seja ridicularizada
E que suas diretrizes sejam abaladas.

Não recue diante de seus silenciadores gritos,
De suas pancadas,de suas torturas
Não desista sem antes pronunciar-se.

Tente trasnpor todos os abismos
Mantendo sempre a calma
De quem desconhece despencadas quedas.
Não se renda aos anúncios dos agiotas,
Nem às artrites concedidas pelo tempo.

Resista à todos os empecilhos que virão
Durante a sua ferrenha caminhada.
E quando caminhar...
Caminhe ereto,
Isso a evolução garantiu aos homens,
Do mais sábio, ao mais analfabeto.

Demonstre sua força,sua garra
Mantenha escondida
Sob tua "esclerótica cara"
A neurose de tua derrota preanunciada .
Não duvide de tuas armas,
De tuas táticas,
das tuas defensivas práticas.

Não se precipete ,
Mas também não economize os seus passos.
"O sol pode não querer voltar amanhã"
Demais...preserve o seu apetite.

Recuse desde já
O convite que a morte te enviastes.
Lembre-se de todos os deuses
Quais vc pode recorrer com suas sinceras preces.
Use e abuse de todas as suas armas
Amuletos,mandigas,macumbas,feitiços,sangrias,
Danças,cantos,magias,risos,poesias...

Mas se tudo isso não basta,
Não recue ainda.
Pois temos por trás das nossas falsas faces
E dentro de nossas inocentes almas,
Outra energia.
Guardada nas alegrias que nos invade ao amanhecer do dia,
E quando liberada,
Sufoca toda a antipatia.

É do amor pelas coisas e pelos homens que falo.
Quem disse que o amor anda escasso?
Acredite,o amor ainda persiste
"E o ódio ainda anseia seu derradeiro passo".

E quando não houver mais amor
Na sua voz contida...
E você perceber que seu coração aos poucos
Está perdendo todo o vigor,

E seus olhos se espalharem pelas ruas
À procurar..mansos...
Por amparo;

Lembre-se das pessoas ao seu redor
Que te querem vivo.